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Arte VS IA’s

ARTE E TECNOLOGIA 


Os avanços tecnológicos proporcionam conforto e agilizam processos há décadas, diariamente nos deparamos com artefatos e processos computacionais que nos auxiliam, optamos por documentos online ao invés de planilhas e pilhas de documentos físicos, nos caixas de supermercado podemos optar pelo auto-atendimento, sem a necessidade de alguém intermediando suas compras. No mundo artístico não é diferente, pois esse também passou e passa por grandes inovações. Hoje podemos optar por sermos artistas tradicionais que trabalham com materiais como lápis, tinta, pincéis, ou artistas digitais, que se utilizam da mesma bagagem de conhecimento dos artistas tradicionais, mas agora auxiliados por um software e um tablet de desenho. A figura do artista e do Designer digital tornou-se bastante presente na indústria do entretenimento e marketing. Essas novas tecnologias e ferramentas no campo da arte de certa forma até mesmo contribuíram para a democratização e acesso ao meio artístico, uma vez que é mais barato comprar um tablet de desenho do que comprar tinta a óleo, apenas para um exemplo.

Alguns avanços tecnológicos são bem melhor recebidos que outros e muito se questiona sobre seu valor ético e humano. As IA ‘s (inteligências artificiais), por exemplo, surpreendem e assustam, mimetizam a inteligência humana para executar tarefas e além disso melhoram a execução dessa tarefa a cada nova coleta de dados. Isso incomoda bastante em diversos níveis, um sistema que pode realizar suas atividades melhor do que você, seria isso possível? Muito embora as IA’s sejam associadas a um elemento negativo e que por sua vez substituirão as atividade humanas por completo, no seu cerne elas não foram pensadas assim, mas sim um mecanismo super poderoso de análise de dados, cujo é objetivo seria na verdade melhorar as habilidades e contribuições humanas e não substituí-las.

“No campo dos estudos das artes, adivinha-se cada vez mais importante uma procura empenhada na constituição de um fio condutor, neutro e de alcance o mais universal possível, com o intuito de compreender uma componente ideológica que se pode revelar na atitude ideológica inerente à utilização das novas tecnologias. Procura-se perceber como é que o significado das imagens é coordenado e porque razão necessitamos, queremos e precisamos das imagens; por fim, envereda-se pelos procedimentos do sujeito face aos adventos digitais, na iminência de perceber de que modo somos afetados pela tecnologia digital e de que modo a interação interfere no posicionamento do sujeito face aos aspectos da criatividade.”

Paulo Bernardino, Professor Dr. e PHD em Estudos de Arte em seu artigo, Arte & Tecnologia: Intersecções.

O DILEMA DAS IA’S


Os últimos anos têm sido marcados pelos avanços das IA’s na criação de imagens baseado em banco de dados, e muitas questões e conflitos éticos surgiram a partir disso, tanto por questões de autoria, quanto pelo conceito do que é compilado pelas IA’s. Através de linhas de comandos de instrução para uma IA é possível construir uma imagem com estilo de um artista específico, com rostos de uma atriz específica, por exemplo, e isso claro inflamou a comunidade artística em geral, principalmente quanto ao direito de uso de e propriedade de imagem.

Rutkowski’s “Castle Defense, 2018

imagem compilada no Stable Diffusion usando a palavra “Rutowski’s” .

Nos exemplos acima , vemos como uma IA utilizou artes do Concept Artist Gregory Rutowsky como base para compilar. Algumas IA’s oferecem até mesmo nomes de artistas como base de criação para as linhas de comando de compilação.

Recentemente o DeviantArt cedeu o uso das imagens de seu banco de dados para utilização de machine learning das IA’s, por padrão as imagens de seus usuários era compartilhada, sendo necessária uma configuração para não compartilhamento, mas após várias críticas e evasão de usuários eles retiraram a opção de compartilhamento por padrão.
É de certo que as IA’s vieram como uma ferramenta poderosa , algumas como o mid journey possuem mais de 5 bilhões de imagens que podem ser usadas para compilar e resultar numa nova imagem. O problema maior é que os artistas, fotógrafos, atrizes, não foram consultados quanto ao uso comercial ou não comercial de suas imagens. Uma solução possível seria a adoção de bancos de imagem open source para o machine learning dessas IA’s, sem ferir direitos dos proprietários.
Carol Ryuuki, concept artist na Gameplan, pontua que problema não é o uso em si das IA’s, mas sim o uso de imagens com direito autoral, além disso é equivocada a definição de que quem cria prompts de comando para compilação de imagens para uma IA ser considerado um Artista de fato, pois isso invalida não apenas o dicionário visual dos Artistas , mas também toda a sua trajetória de aprendizado.


POSSIBILIDADES DE BOM USO DAS IA’S

Em concept art existem muitos processos que podem ser auxiliados por uma IA, na fase de moodboards por exemplo, onde elencamos várias referências para criar um novo design, podemos utilizar uma IA para criar possibilidades de referência, e a partir dessas referências se pode refinar e criar especializações para se chegar a um design. Assim um artista ou designer conseguiria criar thumbnails mais rápidas e deixar seu trabalho mais eficiente. Numa ilustração seria possível fazer testes de thumbnails e cores e a partir dessas referências criar um trabalho original. É importante notar que não é o produto puro do prompt de comando que vai ser utilizado como produto final , mas sim a intervenção do artista ou designer para a criação de um trabalho original.

EM RESUMO, ARTISTAS FICARÃO DESEMPREGADOS ?

A resposta é não, o que vai acontecer é um processo de adaptação quanto ao uso das IA’s no seu dia a dia, se você é artista ou designer. Algo que as IA’s não possuem e que é inerente ao ser humano é algo que chamamos de senso estético, ele nada mais é do que nossa capacidade de julgar, apreciar e definir o que é agradável aos sentidos humanos, e isso só possível através de uma experiência de produção e muitos anos de estudos.
Mas o que de fato vai acontecer é que enquanto designer ou Artista vai ser preciso, ao longo do tempo entender as IA’s como parte do processo de produção, o que vemos hoje é bastante semelhante com a explosão do uso de 3D  alguns anos atrás, onde ponderou-se que o uso de 3D substitui completamente a arte 2D, e o que vemos hoje são artistas 2D e 3D trabalhando para alcançar os melhores resultados. Então assim como o 3D não extinguiu o 2D e nem a Arte Digital extinguiu a arte tradicional, as IA’s não vão eliminar a necessidade dos artistas, o esperado é que tão logo tornem-se uma ferramenta poderosa para potencializar o trabalho de artistas e Designers da indústria do entretenimento e marketing e no meio artístico.

REF:
Arte e Tecnlogia: Intersecções

This artist is dominating AI-generated art. And he’s not happy about it.

SOBRE NÓS

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