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Revisitando a Saga Ogre Battle Parte 1

Desde que eu escrevi sobre o aniversário de 30 anos de Final Fantasy 3 aqui no Compass da GamePlan, decidi reviver experiências que eu tive com jogos antigos, que estavam abandonados em algum canto escuro da minha memória.


Neste contexto, eu fiz uma verdadeira maratona de Final Fantasy jogando todos os jogos da série principal. Esta maratona durou mais de um ano e pode ser acompanhada lá no meu canal da twitch.

Após ter finalizado isso, voltei a minha atenção para a saga Ogre Battle.

Agora que também finalizei uma maratona da saga Ogre Battle, onde terminei todos os jogos da saga em stream, de outubro de 2022 a janeiro de 2023, decidi escrever sobre esta IP e também sobre como foi para mim revisitar esses jogos, então vamos lá!

Muito mais do que só um punhado de jogos com seus títulos inspirados por músicas criadas pela banda Queen, Ogre Battle se destaca como um dos jogos mais importantes no segmento de jogos que aplicam elementos de estratégia por turno e RPG em seu gameplay.

Os elogios que vocês encontrarão aqui neste texto se dão devido à evolução natural da saga Ogre Battle a cada jogo lançado, aliada a uma forte visão de futuro pelos seus game designers e a coragem de implementar coisas nunca antes vistas para o gênero.

Mas primeiro de tudo, antes de eu começar a falar sobre o meu amor por esses jogos, vamos falar sobre o que é Ogre Battle Saga de fato.

Primeiramente, é necessário fazer uma distinção importante aqui, uma vez que há dois tipos de jogos dentro da franquia que são bem distintos apesar de ambos se passarem no mesmo universo.

Os jogos dessa franquia são divididos em dois estilos muito distintos de gameplay. Para diferenciá-los, a Quest, desenvolvedora dos jogos na época, os dividiu em dois diferentes títulos:Ogre Battle e Tactics Ogre.

Os jogos com o título Ogre Battle apresentam um gameplay mais tático, uma vez que estes jogos possibilitam aos jogadores montarem esquadrões de unidades e determinarem quais os caminhos que eles irão percorrer para derrotar o inimigo. Já os jogos com o título de Tactics Ogre são mais focados nas batalhas individuais, apresentados como se fossem um diorama, uma vez que cada unidade é controlada individualmente pelos jogadores.

Apesar da grande diferença em gameplay, a história dos jogos da saga Ogre Battle possuem temas em comum entre si independente se é um Ogre Battle ou um Tactics Ogre, e costumam lidar com as conseqüências de uma batalha entre as forças dos céus e do submundo, conhecida como Ogre Battle, ocorrida há milênios.

Outros temas que não são centrais nas histórias destes jogos, mas que permeiam os scripts dos jogos e são notados pelos jogadores como camaradagem, lealdade, fé, amizade, amor, ódio, sacrifício, escolha, entre outros, são profundamente explorados em cada jogo. A exploração destes temas podem ocorrer de forma rudimentar ou mais polida de acordo com a qualidade do Hardware à disposição na época.

Magnus e seu pelotão aproveitando um modão de bandolim juntos durante uma cutscene de Ogre Battle 64: Person of Lordly Caliber.

E por falar em temas e narrativas, é interessante a gente se debruçar rapidamente sobre o desenvolvimento do primeiro Ogre Battle para SNES, não apenas por ele ter sido o responsável pela criação da saga, mas também por possuir algumas especificidades bem interessantes.

Desenvolvido pela Quest para Super Nintendo em 1993, Ogre Battle: March of the Black Queen marca o início da saga Ogre Battle e apesar deste ter sido o primeiro título da IP a ser lançado, este jogo se passa no quinto capítulo do épico criado pelo game designer Yasumi Matsuno.

É uma decisão interessante começar a história em um capítulo tão avançado, além de ser bem desafiador, uma vez que dar o contexto necessário em um jogo de Super Nintendo para torná-la interessante para os jogadores dificilmente é algo bem sucedido na indústria. 

Felizmente – ou infelizmente para alguns – o primeiro Ogre Battle surpreendentemente não possui um foco tão forte na história do jogo. Por ser um produto da sua época, Ogre Battle: March of the Black Queen opta por privilegiar o gameplay acima de tudo. Algo costumeiro na indústria principalmente durante a década de 90.

Isso não significa que o jogo não ofereça o contexto necessário para que seus jogadores mais interessados pela história da era de Zeteginia mergulhem em uma lore profunda, com história riquíssima. Contar essa história, porém, não é o objetivo principal do jogo e sim apresentar um gameplay diferenciado e revolucionário.

Saber quem são os cultistas de Rodisti/Lodis não é um requisito para terminar o The March of the Black Queen. Mas para aqueles jogadores mais dedicados e curiosos, o jogo oferece formas de demonstrar sua lore dentro do gameplay.

A saga Ogre Battle possui algumas nuances incríveis na sua narrativa e que me interessam demais, principalmente agora que eu joguei novamente o primeiro jogo da IP 25 anos após a minha primeira experiência com ele. É impressionante como nossas experiências de vida e maturidade modificam a nossa visão sobre um jogo e o quanto nós o apreciamos ou deixamos de gostar.

Enfim, chega de contexto. Hora de realmente começar a escrever como foi revisitar todos os jogos, de início ao fim, da saga Ogre Battle e qual é a minha visão atual sobre essa franquia e o que ela significa para mim.

Para isso, vou dividir esse artigo em quatro seções a partir daqui. Julguei ser melhor dividir este texto em partes e concentrar a minha escrita nas facetas deste jogo que me foram mais impactantes durante essa minha maratona.

Durante a escrita dessas seções eu vou me aprofundar nas seguintes seções: Gameplay, História,e Gamefeel

Como este artigo será dividido em partes (caso não tenha ficado claro pelo título, hehe), eu resolvi dividí-lo da seguinte maneira:

Parte 01 – Esta pequena introdução sobre a saga Ogre Battle
Parte 02 – A história da saga Ogre Battle contada de uma forma a criar menos spoilers possível.

Parte 03 – Gameplay e Gamefeel, contando a minha experiência com o jogo no geral.

Então segura as pontas ai, broder, e bora comigo revisitar a saga Ogre Battle e ver o impacto profundo dessa franquia que é tão pouco discutida e apreciada nos próximos capítulos!

Arte conceitual de um dos ogros presentes em Ogre Battle 64: Person of Lordly Caliber. Apesar da quantidade de cintos no personagem, ele não foi criado pelo Tetsuya Nomura.
José "Quinho" Lisboa

José "Quinho" Lisboa

Quando não está passando pela síndrome do Tetris, está analisando gráficos, dados e números sobre o mercado de games... Antigamente para xingar muito no twitter, agora para atuar profissionalmente.

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