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Revisitando A Saga Ogre Battle Parte 2

Olá novamente!

No artigo de hoje, eu escreverei sobre a história da Saga Ogre Battle bem por cima, tentando evitar spoilers diretos sobre o jogo. Você pode encarar este artigo como o pano de fundo onde as histórias da saga se desenrolarão!

Lembrando que esta é a segunda parte de um artigo dividido em 3, portanto, se você não leu a primeira parte dele aqui no Compass, é altamente recomendado que assim o faça! 

Mas bem, sem mais delongas, simbora pra história da saga Ogre Battle!

HISTÓRIA

A história da saga Ogre Battle se passa em diferentes reinos, diferentes continentes e diferentes tempos. O caminho dos personagens principais e coadjuvantes nem sempre se cruzam na narrativa de um mesmo jogo. 

Como dito anteriormente nesse artigo, cada jogo possui em comum temas usualmente encontrados em histórias sobre guerras grandiosas, temas como revolução, camaradagem, traição, perda, etc. são amplamente encontrados nas história da saga Ogre Battle

O que a diferencia de boa parte das histórias encontradas em jogos, porém, é o fato dela adicionar um tempero diferente ao trazer como pano de fundo uma invasão demoníaca sempre no horizonte, esperando para ser instigada por quem quer que seja.

Há um paralelo claro sobre qual alegoria a ogre battle representa dentro da história da saga como um todo e isso é explicitamente dito aos jogadores dentro de alguns diálogos, principalmente nos últimos jogos lançados.

A saga Ogre Battle não é jovem místico, mas ela adora um tarotzinho e outras coisas místicas.

A Ogre Battle, de acordo com a lore do próprio jogo, representa a escuridão no coração daqueles que vivem em função do ódio e opressão e só pode ser trazida novamente ao mundo quando for acionada por humanos naturalmente violentos, ou que se encontram em um estado de profundo desespero, ou até mesmo aqueles que se deixam comandar pelo ódio que eles sentem em relação a outros humanos.

É importante ressaltar aqui que a história de cada jogo – seja um Ogre Battle ou um Tactics Ogre – é única, porém a cada lançamento subsequente, os acontecimentos dos jogos anteriores não só são levados em consideração como impactam diretamente a trama.

Os que desejam acompanhar a história completa da saga encontrarão o desenvolvimento de heróis e vilões em igual medida, inclusive com jogos inteiros dedicados ao desenvolvimento dos principais antagonistas e protagonistas da série.

Mapa das ilhas Valerianas, palco onde se desenrola a história de Tactics Ogre. 

Apesar das histórias serem focadas em reinos e em pessoas diferentes, eu queria analisar a história de uma forma mais generalizada, portanto vocês encontrarão a partir daqui muitos spoilers sobre a história da saga Ogre Battle, porém eu evitarei nomear os jogos diretamente..

Milhares de anos antes dos acontecimentos presenciados pelos jogadores em qualquer um dos jogos da saga Ogre Battle, uma entidade conhecida como Grande Philaha criou o mundo e os diferentes planos de existência contidos dentro e fora dele. 

Estes planos estão divididos como o plano dos céus, onde o próprio Philaha reside junto com seus servos (como anjos), o plano mundano, onde Philaha criou todos os seres, incluindo os seres humanos, sua criação preferida que foram  moldados à sua imagem e semelhança e, finalmente, o Submundo onde deuses sombrios e criaturas poderosíssimas e nefastas, como os Ogros, residem.

Para transitar entre os três planos, as pessoas de cada um deles utilizam os chamados Portões do Caos. 

Com a ajuda das quatro deusas criadas por Philaha responsáveis por moldar o mundo, os humanos prosperaram e se espalharam por todo o mundo.

Demunza, irmão de Philaha que perdeu a luta para tomar controle sobre o plano superior, tornou-se o deus sombrio e passa a ser considerado como rei do submundo, cobiçava o plano mundano e preparou uma invasão a ele com um exército composto por 108 legiões de Ogros. Esta invasão e as batalhas resultantes dela ficou conhecida como a lenda da Ogre Battle.

Os exércitos de Demunza eram simplesmente fortes e numerosos demais para que os humanos do plano mundano pudessem se defender. Para equilibrar estas forças, Philaha mandou ajuda divina na forma de sábios e anjos para auxiliar os humanos a repelir esta agressão.

A defesa dos humanos foi bem sucedida e os ogros foram mandados de volta pelos portões do caos ao submundo, devidamente selados pela espada sagrada sagrada Brynhildr, forjada pelos poderes do próprio Philaha. 

Com o trabalho concluído na defesa do plano mundano, Philaha comanda o retorno dos anjos enviados para ajudar o plano, porém, sentindo que uma próxima Ogre Battle possa acontecer, os anjos decidem deixar a espada sagrada Brynhildr no plano mundano para que os humanos possam pedir ajuda reabrindo os portões do caos para o plano dos céus através do poder dela.

Diablo, também conhecido como deus da destruição, é um dos habitantes do submundo que almeja tomar controle do plano mundano e um dos comandantes das legiões de Demunza.

Com esta invasão repelida, os humanos seguiram com suas vidas, expansão e guerras entre si, esquecendo-se da materialidade da Ogre Battle e transformando-a em uma lenda contada de pais para filhos como alegoria para os perigos do mundo.

E com este contexto chegamos nas histórias contadas pelos jogos, uma vez que esta primeira Ogre Battle não é abordada diretamente no jogo, que opta por focar seus esforços narrativos em uma era conhecida como a era de Xytegenia, ocorrida milhares de anos depois destes acontecimentos.

Essa era de Xytegenia equivale, em parte, à era medieval que conhecemos, porém ela é anacrônica, recebendo a influência de diferentes épocas conhecidas. E porque ela recebe esse nome? É devido à influência e o poder que os reinos deste continente possuem, moldando a história do mundo através das suas próprias histórias.

As histórias específicas de cada jogo da saga são bastante políticas e o que ocorre em uma região do continente impacta diretamente nas demais, criando uma trama interligada em todos os jogos.

Um dos maiores antagonistas da saga Ogre Battle é o Império Santo Lodissiano. A região de Lodis é composta por religiosos fervorosos e é comandada pelo papa da religião de Filarhh, o deus sol, baseada nas histórias contadas pelo profeta Lodis.

Essa expansão religiosa. se dá pela força militar, onde Lodis invade nações vizinhas para impor o Lodisismo aos seus subordinados. Durante a sua expansão, o Império Sagrado de Lodis instaurou diversos Estados títeres pelo continente de Xytegenia e governa com mão de ferro seus territórios, forçando todos os classificados como hereges  a se converterem ao Lodisismo.

Com um antagonista mantendo um status quo de guerra incessante na região, há um campo extremamente fértil para diversas tramas políticas se desenrolarem, com direito a guerras civis, genocídio, alianças, traições e até mesmo uma invasãozinha demoníaca aqui e ali para não deixar a carnificina humana demais e dar aos jogadores outros motivos para se pegar em armas no jogo e se levantar contra o que ele julgar ser injusto.

As histórias da saga Ogre Battle são muito saborosas e, desde o primeiro jogo da série até o mais atual, as ações do jogador durante as batalhas – quem matar, quem poupar, que cidades liberar, quem recrutar pro seu exército, etc. – e as decisões que ele deve tomar durante a narrativa são imprescindíveis para escrever a história a ser desenrolada no jogo.

Isso não apenas torna a história diferente para  boa parte dos jogadores, mas também incentiva que os mesmos a revisitem para experimentar outras rotas e outros acontecimentos que não ocorreram nos saves deles devido às suas decisões no jogo.

Além das maquinações de Lodis, os jogadores precisam resolver conflitos internos de acordo com cada jogo e, algumas vezes, também lidar com a reabertura de um ou outro portão do caos, trazendo uma invasão de ogros e anjos para o mundo.

O desenvolvimento dos personagens é outra faceta incrível dessa saga, onde até mesmo os menores personagens na saga possuem um elaborado background que os jogadores podem conhecer, se assim desejarem, através de sidequests e das enciclopédias presentes nos jogos.

Lugares como Xenobia, as ilhas Valerianas, Palatinus, Ovis e Lodis e as histórias que se passam neles me impacataram graças à riqueza nos detalhes e no cuidado em criar uma narrativa interessante e profunda o suficiente para que eu mergulhasse por completo no que cada localidade, cada personagem e cada história tinha a oferecer.

Muitos reinos juntos  remrpesntados em uma só imagem.

Todas as histórias são poderosas e há a certeza de que pelo menos alguns dos personagens terão algum impacto no jogador, despertando emoções positivas ou negativas (ou até mesmo ambas!).

Os personagens serem bem escritos e terem um nível elevado de humanidade neles faz com que os jogadores sempre se sintam engajado com a história, independente do caminho que eles escolherem seguir no jogo e isso são poucos os jogos que conseguem fazer tão bem quanto os da saga Ogre Battle.

Para você que jogou algum jogo da saga, qual caminho você escolheu? Você se sentiu satisfeito com o desfecho das suas ações? Eu vou levar essas decisões e o impacto delas no jogo para sempre comigo, pra onde quer que eu vá.

Agora que o contexto do jogo já foi elaborado e consegui falar da história o quanto eu gostaria, evitando dar muitos spoilers, eu gostaria de deixar este assunto e adentrar os novos apenas no próximo capítulo deste artigo!

Quando nos encontrarmos novamente, comentarei sobre o Gameplay e o Gamefeel da saga no geral e principalmente como me senti ao revisitá-la depois de tanto tempo!

Nos vemos por aí, meus broders, até a próxima!

José "Quinho" Lisboa

José "Quinho" Lisboa

Quando não está passando pela síndrome do Tetris, está analisando gráficos, dados e números sobre o mercado de games... Antigamente para xingar muito no twitter, agora para atuar profissionalmente.

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